Como é possível ter um treinamento de equipe sob medida por meio do social learning, método que incentiva a interação e a sinergia entre os integrantes do grupo
Por Pierre-Jean Quetant*
Social learning é um método de treinamento de equipe sob medida para a assimilação dos conhecimentos adquiridos na educação corporativa por meio de interações entre os colaboradores.
Trabalhar essas iniciativas permite uma eficiência maior na realização de ações práticas para passar da absorção do conhecimento ao desenvolvimento de competências, que são lapidadas nesse processo por meio da associação do conhecimento, já citado, com diferentes “dinâmicas do saber” (prático, metodológico e técnico), além do aperfeiçoamento na postura e na atitude, com melhorias de proatividade.
O social learning também torna possível ter mais um approach de aprendizado mais próximo do que é visto, de fato, no dia a dia de expediente. Um dos focos do método está na comunicação entre colegas de trabalho que acontece assim que um conhecimento é adquirido ou aprimorado.
Existem três razões primordiais que fazem o social learning ser uma ferramenta importante em T&D quando se trata da evolução de uma equipe:
1) Integração do social learning com o novo blended learning
Usar o social learning nos mais variados contextos de T&D aprimora a experiência construída por meio do novo blended learning na realização de um treinamento de equipe sob medida. Discutir conteúdos e suas aplicações em diferentes meios (mobilizar a equipe para avaliar possibilidades de colocar em prática, usando uma simulação na realidade virtual, uma aula que foi vista em vídeo, por exemplo) é uma ótima alternativa de troca de conhecimentos.
Essa versatilidade permite que sejam feitas perguntas abertas, sair do padrão de testes e “quiz” e passar para o exercício de fato, levando o treinamento além do virtual, a caminho de uma proposta factual.
2) O treinamento de equipe sob medida e o construtivismo como ferramenta de engajamento, interação e autonomia
O construtivismo é um método que promove o aprendizado como um processo no qual o multiplicador é um tipo de mediador do conhecimento, buscando o que os colaboradores já sabem para criar novas experiências de T&D com o uso de atividades interativas. Nesse método, há também o incentivo aos colaboradores assumirem, momentaneamente, um posto semelhante ao do multiplicador, objetivando maximizar a percepção das habilidades sob uma ótica diferenciada, gerar mais engajamento por parte da equipe e ajudá-los a desenvolver outra dinâmica de interação entre si.
Incentivar discussões e interações sobre diferentes conteúdos abre espaço para a exposição de novos pontos de vista entre os colaboradores, que aprendem aplicando à própria experiência o que aprenderam a partir dos relatos dos colegas, tornando o treinamento de equipe sob medida, de fato. Todos entendem melhor como agir mutuamente em situações reais de trabalho.
Um exemplo prático seria a elaboração de um treinamento de liderança, onde é exposto um case que apresenta um funcionário com dificuldade para vender e os colaboradores montam um plano de ação para esse personagem a partir dos conteúdos que eles viram antes.
Concluídas as estratégias, cada colaborador corrige os trabalhos de outros três colegas, usando uma grade de correção como base.
No final do processo, o conteúdo é revisto quatro vezes (três por diferentes e um pelo multiplicador), em um sistema que amplia as possibilidades de interação, deixa todos cientes dos insights uns dos outros, permitindo a aproximação de novas habilidades e abordagens, e há uma maior taxa de retenção.
3) Familiaridade com o aspecto social do aprendizado no social learning
O aprendizado por meio da observação e posterior assimilação é parte constante da realidade do ser humano. Crianças aprendem palavras e gestos vendo o que os adultos fazem. Discípulos desenvolvem suas aptidões nos seus campos de interesse após um longo período de atenção cuidadosa às explicações e exemplos de seus mestres. Não é raro ouvir alguém dizer que a melhor forma de aprender com pessoas de um país que não seja o da própria origem se comportam é conviver com eles, observando seus hábitos.
Isso também se aplica à educação corporativa e ao social learning. Com fundamento em um treinamento de equipe sob medida, os colaboradores observam os comportamentos de seus colegas e as consequências deles quando são postos em prática. O processo de tomada de decisão sobre o que fazer em uma situação do expediente se realiza com o que foi visto anteriormente como base para as próximas ações.
* Pierre-Jean Quetant – Atua como Country Manager Learning Tribes Brasil. Formado como Administrador de empresas pela Grenoble Ecole de Management e como Tecnólogo em Eletrônica e Informática Industrial, pela Université Jean Monnet Saint-Etienne. Quetant já passou por empresas como Neurograff Eletromedicina Ltda, Smart Cursos, EGG CRM Brasil, Uneequip (fundador), Wheelabrator Allevard, AGOMEZ LTDA, Sony Music Entertainment, PAUL HARTMANN AG.