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Revista Exame

Americanos preferem benefícios melhores a salário maior

Atualizado: 22 de out. de 2019


Quase 40% dos entrevistados disseram preferir um emprego com salário mais baixo, mas com horário flexível e trabalho remoto, a outro sem essas vantagens

Salário não é tudo. Os americanos estão dispostos a abrir mão de ganhos “significativos” em troca de benefícios e vantagens não salariais, segundo estudo da Agência Nacional de Pesquisa Econômica (NBER, na sigla em inglês) realizado neste mês por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard, do think tank Rand Corporation e da Universidade da Califórnia em Los Angeles.

salario

Os dados da pesquisa mostram que a mudança de um emprego com a pior combinação de características não salariais — como ausência de folga remunerada, atividade física pesada e horário inflexível — para outro com a melhor combinação é equivalente a um aumento de 56,1 por cento no salário global.

Quase 40 por cento dos entrevistados disseram preferir um emprego com salário relativamente baixo, mas com horário flexível e trabalho remoto, a outro sem essas vantagens, mostrou a pesquisa. A possibilidade de definir seu próprio horário de trabalho equivale a um aumento de 9 por cento, enquanto a autonomia no trabalho vale 3,8 por cento do salário em relação a um cargo com tarefas bem definidas.

Em um momento em que economistas e legisladores americanos se concentram no crescimento dos salários, a pesquisa lança luz sobre parte das vantagens, dos benefícios e das condições menos mensuráveis que afetam a satisfação no trabalho, particularmente o valor que os funcionários dão ao descanso remunerado.

Embora 10 dias de férias representem apenas 4 por cento do salário padrão para 250 dias de trabalho, os consultados avaliam que um período de folga desse tipo vale 16,4 por cento em salários, o que sugere que eles associam as férias remuneradas com uma maior segurança no emprego, segundo os autores. O valor sobe para 23 por cento quando há um total de 20 dias de férias remuneradas.

O aumento sustentado do salário médio por hora — que subiu 2,8 por cento em setembro em relação ao ano anterior — é a peça que faltava da expansão de quase uma década. Ao mesmo tempo, os benefícios — como descanso remunerado, plano de saúde e licença médica — aumentaram nos últimos anos enquanto parcela da remuneração total, mostram dados do Departamento do Trabalho.

Uma série de empresas dos EUA “implementaram estratégias não salariais”, como bônus de contratação, horários flexíveis e férias mais longas para atrair e reter trabalhadores, observou o Federal Reserve na recente pesquisa Beige Book sobre as condições econômicas regionais. O crescimento salarial foi caracterizado, em grande parte, como “modesto ou moderado”.

bloomberg

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