Os riscos decorrentes do descumprimento do decreto incluem o descadastramento do PAT; multas; perda dos incentivos fiscais; e devolução dos incentivos já recebidos
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Os últimos anos foram de mudanças frenéticas não só no mundo do trabalho, mas também na legislação de benefícios. De 2021 para cá, uma série de modificações legais transformaram o cenário de remuneração e benefícios com de colocar o trabalhador no centro da política pública.
A alteração mais recente na legislação do PAT (Programa de Alimentação ao Trabalhador) aconteceu em 31 de agosto deste ano, com a publicação do decreto 11.678/2023, que reafirma a proibição do rebate e veda os subsídios indiretos, como pagamentos de planos de saúde, odontológico, programa de pontos e cashback, nos contratos firmados no âmbito do PAT.
Ao proibir esses benefícios indiretos, também conhecidos como SVAs (Serviços de Valor Agregado), o novo decreto incentiva que as empresas contratantes tenham a liberdade e autonomia de contratar seus fornecedores analisando o produto com a melhor experiência e a maior rede de aceitação de estabelecimentos. Por isso, o seu impacto é positivo para os trabalhadores que possuem os benefícios de vale-refeição e vale-alimentação, bem como ao RH, que poderá utilizar o melhor fornecedor como ferramenta de atração e engajamento.
Riscos da não adequação de contratos
Nem todas as companhias têm conseguido acompanhar o ritmo das mudanças, tampouco compreender os impactos das novas leis. Uma pesquisa recente da Flash, plataforma de gestão da jornada de trabalho, mostrou que apesar de quase 80% dos RHs afirmarem que têm algum nível de conhecimento sobre as mudanças na legislação, apenas 34% se consideram plenamente informados sobre o assunto.
Quando o assunto é o fim do rebate, apenas três em cada dez respondentes afirmam se sentir plenamente informados.
A falta de informação sobre o tema tem feito com que algumas empresas contratantes não adequem os seus contratos com fornecedores de benefícios de acordo com o novo decreto, o que pode gerar riscos para o negócio.
Segundo o texto da lei, as empresas inscritas no PAT que descumprirem as normas regulamentadoras poderão sofrer as seguintes consequências: descadastramento do PAT; multas entre R$ 5.000,00 até R$ 50.000,00, e, em caso de reincidência, a aplicação do dobro da penalidade; perda dos incentivos fiscais do PAT; e devolução dos incentivos já recebidos pelo programa. Por isso, é importante que os profissionais de recursos humanos busquem apoio jurídico para garantir a segurança nos contratos.
Fonte: Mundo RH
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