O conceito de saúde corporativa não está mais ligado apenas a pagar pelo plano de saúde dos colaboradores, como muitas empresas faziam no passado, assumindo uma postura reativa em relação ao bem-estar do colaborador, acreditando que garantir a prevenção de problemas de saúde é tudo que podiam fazer.
Um olhar mais atento perceberá que naquela época, o foco do plano de saúde era cuidar de questões mais graves que precisavam de cirurgia e internação; não que faltasse preocupação com outros problemas, mas o entendimento do que era cuidar do colaborador mudou muito nos últimos anos, e que bom.
Com muitos colaboradores preocupados em trabalhar para empresas que se mostrem preocupadas em proporcionar qualidade de vida dentro e fora do trabalho, o plano de saúde se tornou apenas uma parte do que é necessário oferecer, mas isso não quer dizer que o plano de saúde perdeu a importância.
Segundo dados da empresa de previdência privada Onze, ter convênio médico é o benefício mais procurado pelos trabalhadores que ainda não o têm, e segundo 36% dos entrevistados que possuem registro em carteira de trabalho, a boa notícia é que esse é o benefício mais presente nas empresas, 57% segundo a mesma pesquisa.
Oferecer plano de saúde não é mais o tudo que uma empresa pode fazer, se tornou uma parte do todo. Os colaboradores de várias empresas têm outras prioridades quando se fala de cuidado pessoal, pois com novos tempos, as preocupações mudaram.
Um exemplo é suporte psicológico, com a possibilidade de trabalhar no modelo remoto, que é vantajoso, mas limita a convivência. As questões mentais também se tornaram uma pauta muito importante, fazendo com que o plano de saúde cubra serviço de psicologia.
Considerando esse cenário, é vital que o setor de recursos humanos esteja atento às necessidades clínicas de cada pessoa, e digo isso não apenas porque quando seu colaborador está saudável ele produz mais, isso é evidente há bastante tempo.
Meu ponto é que temos a necessidade de sentir que somos acolhidos no lugar em que estamos trabalhando, que temos apoio, entre eles o clínico, para dedicar horas ao trabalho com a segurança de que estamos protegidos caso algo aconteça.
Enquanto algumas pessoas entram em crise ao depararem com uma relação pouco saudável com o trabalho (sendo isso o principal causador de problemas como o burnout, cada vez mais comum, levando pessoas a se afastarem de suas carreiras), é importante que o setor de recursos humanos impulsione a saúde corporativa.
A promoção de hábitos saudáveis entre os colaboradores pode ser por meio da criação de canal de escuta para questões de saúde mental ou um plano de afastamento sem prejuízo para o colaborador (pois em caso de problemas causado pelo excesso de trabalho, o foco deve ser mudar a relação com a atividade laboral). Neste momento, o RH tem que agir.
Promover a saúde no trabalho é mais do que apenas incluir o colaborador no plano de saúde, com seus codependentes, se possível, mas se colocar à disposição para criar acordos de trabalho que favorecem a saúde dos funcionários.
As pessoas não estão se preocupando em não se posicionar a favor do seu próprio bem-estar quando a relação entre saúde e trabalho perde o equilíbrio para um dos lados.
Por isso, o cuidado com a saúde do seu colaborador não acaba quando ele entra no plano de saúde da empresa; é importante ficar atento ao comportamento de todas as pessoas, pois o RH são os olhos, ouvidos e voz da empresa.
Fonte: RH pra você
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