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Setor financeiro busca profissionais com novo perfil

A modernização do sistema financeiro também tem impactado significativamente o perfil dos profissionais demandados pelo setor


setor financeiro

 

Desde 2016, observa-se uma tendência de redução no número de empregos tradicionais no setor bancário, influenciada pela expansão dos meios digitais e o crescimento dos bancos digitais.

 

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam que, em junho de 2016, o setor contava com 503.391 empregados, número que caiu para 449.508 em outubro de 2023.

 

Com a crescente digitalização, o setor financeiro demanda menos mão de obra, mas exige uma qualificação profissional mais elevada, principalmente em habilidades tecnológicas.

 

A diretora de recrutamento executivo na Robert Half, Ana Carla Guimarães, destaca que o Brasil possui um dos sistemas financeiros mais avançados tecnologicamente no mundo.

 

"Para absorver as transformações do mercado e evoluir, as empresas dependem de profissionais especializados com conhecimentos em analytics, desenvolvimento de software, cibersegurança, UX (user experience) e CX (customer experience)", afirma.

 

Segundo a Robert Half, um dos grandes desafios é encontrar profissionais com um perfil híbrido que combine habilidades tecnológicas e financeiras.

 

Segundo a especialista, profissionais com experiência no setor financeiro muitas vezes não se adaptam às novas demandas tecnológicas ou à estrutura enxuta das fintechs, que frequentemente exigem que acumulem funções ou mudem de papel.

 

Por outro lado, profissionais de tecnologia carecem de conhecimento sobre regulamentações financeiras, como as normas do Banco Central e contábeis.

 

Mercado de trabalho no setor financeiro


Para superar essa dificuldade, as empresas costumam contratar profissionais experientes em uma das áreas e treiná-los nas competências complementares, embora essa abordagem nem sempre seja viável em mercados dinâmicos.

 

"Recrutar profissionais para o setor financeiro é sempre desafiador, especialmente porque a taxa de desemprego qualificado está abaixo de 4%", comenta Guimarães. Isso indica que os melhores talentos já estão empregados, dificultando o recrutamento.

 

Guimarães observa que a demanda por profissionais nos níveis mais altos de gestão é particularmente acentuada no setor de meios de pagamento e bancos digitais.

 

A diminuição do crédito disponível para fintechs tornou o recrutamento de profissionais seniores mais complexo, pois esses se motivam por pacotes de incentivos de longo prazo e participação societária.

 

A duração dos processos de seleção varia conforme a complexidade técnica e os pré-requisitos das vagas.

 

"Algumas áreas, como riscos e tecnologia, podem levar meses para preencher uma vaga", diz Guimarães. "O recrutador muitas vezes precisa ajudar o contratante a definir as características flexíveis e mandatórias para identificar mais rapidamente os profissionais."

 

Diante desse cenário, tem crescido a contratação por projetos especializados, onde o contrato do profissional tem uma data de término prevista.

 

"Esse modelo permite que as empresas atendam projetos contínuos e demandas com prazos regulatórios, sem interromper os ciclos", explica o gerente da Robert Half e head da área de temporários, Thiago Zuppo. Há um aumento nos projetos nas áreas contábil, PLD, finanças e crédito e cobrança.

 

Habilidades buscadas


Soft skills:


  • Comunicação;

  • Resolução de problemas;

  • Engajamento com novas tecnologias;

  • Adaptabilidade;

  • Dinamismo;

  • Flexibilidade.


Hard skills:


  • Conhecimento em regulamentações financeiras;

  • Conhecimento em analytics/dados;

  • Desenvolvimento de software.


Salários no setor financeiro


A pesquisa revela ainda os salários em empresas de meios de pagamentos e bancos digitais.

 

Meios de pagamento


  • Diretoria de Crédito e Risco: R$ 28.000 a R$ 38.000

  • Diretoria Financeira: R$ 27.000 a R$ 38.000

  • Diretoria de Inovação Digital: R$ 27.000 a R$ 37.500

  • Diretoria de Compliance: R$ 26.000 a R$ 39.000

  • Head de ESG: R$ 22.800 a R$ 33.800

  • Gerência de Crédito e Risco: R$ 20.000 a R$ 30.000

  • Gerência de Inovação Digital: R$ 20.000 a R$ 25.000

  • Gerência de Tesouraria: R$ 18.000 a R$ 25.000

  • Gerência Contábil: R$ 18.000 a R$ 28.000

  • Gerência de Prevenção à Fraude: R$ 17.500 a R$ 23.500

  • Gerência de ESG: R$ 16.200 a R$ 22.500

  • Especialista de Tesouraria: R$ 12.000 a R$ 16.000

  • Especialista Contábil: R$ 12.000 a R$ 18.000

  • Especialista em UX: R$ 11.500 a R$ 15.000

  • Especialista de Compliance: R$ 10.500 a R$ 14.500

  • Analista de Compliance Sênior: R$ 8.000 a R$ 10.500

  • Analista Contábil Sênior: R$ 8.000 a R$ 10.500

  • Analista de Prevenção à Fraude Sênior: R$ 7.500 a R$ 10.000

  • Analista de Riscos Sênior: R$ 7.500 a R$ 10.000


Bancos digitais


  • Diretoria de Crédito e Risco: R$ 28.000 a R$ 38.000

  • Diretoria de Inovação Digital: R$ 27.000 a R$ 37.500

  • Diretoria Financeira: R$ 27.000 a R$ 38.000

  • Diretoria de Compliance: R$ 26.000 a R$ 39.000

  • Head de ESG: R$ 23.000 a R$ 34.000

  • Gerência de Inovação Digital: R$ 20.000 a R$ 25.000

  • Gerência de Crédito e Risco: R$ 20.000 a R$ 30.000

  • Gerência de Compliance: R$ 18.500 a R$ 27.000

  • Gerência de Tesouraria: R$ 18.000 a R$ 25.000

  • Gerência Contábil: R$ 18.000 a R$ 28.000

  • Gerência de ESG: R$ 16.500 a R$ 23.000

  • Coordenação Contábil: R$ 11.500 a R$ 15.000

  • Especialista em UX: R$ 11.500 a R$ 15.000

  • Especialista de Riscos: R$ 10.500 a R$ 14.500

  • Analista de PLD Sênior: R$ 8.500 a R$ 10.000

  • Analista Contábil Sênior: R$ 8.000 a R$ 10.500

  • Analista de Compliance Sênior: R$ 7.000 a R$ 10.000

  • Analista de PLD Pleno: R$ 6.000 a R$ 8.000

  • Analista de PLD Júnior: R$ 4.000 a R$ 6.000

 

 

Fonte: Contábeis

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