Sim, a pandemia ainda não acabou, mas sua influência transformou em definitivo o modo como trabalhamos e como utilizamos a tecnologia para trabalhar. Este é um processo ainda em desenvolvimento, mas jamais voltaremos ao formato de trabalho como sempre estivemos acostumados.
Como fica a gestão de pessoas em meio a tantas mudanças? Será possível ter bons resultados com as equipes no modelo de trabalho híbrido?
Há possibilidade de desenvolvimento profissional com o trabalho remoto?
Antes desacreditado, o trabalho à distância tem sido visto como vantajoso para boa parte das empresas, tanto que este modelo de trabalho deve permanecer como novo benefício, por uma ou duas vezes por semana.
Esta virada de jogo do home office aparece em levantamentos como a pesquisa da Cushman & Wakefield, em que 73,8% das empresas afirmam que devem adotar ou manter a modalidade após a pandemia. Para 85% dos executivos entrevistados, há mais vantagens que desvantagens no trabalho remoto. Tais dados abrem caminho para um RH mais focado em estratégias voltadas para o engajamento, motivação e produtividade dos funcionários.
Por esta razão, diversas empresas já estão programando a volta para o escritório sem riscar por completo o home office de seu planejamento. O uso dessas novas ferramenta proporcionam dois conceitos importantes para o momento: flexibilidade e autonomia.
A digitalização já é uma realidade para muitas empresas, e funcionários aprendem, cada dia mais, a lidar com recursos como ponto eletrônico on-line, acesso a informações sobre seu contrato de trabalho, benefícios e treinamentos pelo celular, e o uso de chats no dia a dia de trabalho para se comunicar com os colegas, bem como dar e receber feedbacks para diretores, líderes e equipes.
O principal efeito do uso da automação pelo RH é proporcionar a descentralização das informações e permitir o uso do autosserviço à distância, que podem contar ainda com recursos como geolocalização e reconhecimento facial. Um RH automatizado não apenas facilita os processos, mas agrega valor às funções mais estratégicas, em especial a Gestão de Pessoas.
Uma crise da magnitude da pandemia de Covid 19 permite uma compreensão maior da devida valorização do capital humano e se de empregar uma gestão de pessoas cada vez mais estratégica e voltada para o funcionário.
Para que isso aconteça, é preciso soltar as amarras de processos excessivamente operacionais para que ajuste seu foco em conceitos como Onboarding, experiência do funcionário, desenvolvimento de carreira, dar autonomia e flexibilidade aos funcionários, por meio do acesso à tecnologia, e sua devida voz para que possa influir na melhora de clima organizacional e de processos de trabalho.
Outra atenção está voltada para a saúde dos funcionários, depois de uma experiência traumática de isolamento e que pode ter envolvido a perda de amigos ou entes queridos. Por isso, os canais de comunicação com o RH têm que estar sempre abertos para quando haja necessidade desse tipo de suporte, bem como estar pronto para um retorno rápido, como se deve fazer em tempos de crise.
O momento é também de valorização da saúde mental, algo não muito reconhecido por parte dos gestores. É importante que o RH promova campanhas de conscientização do tema para haja reflexões para a melhoria do ambiente de trabalho e relacionamento entre equipes, e também para que o tema seja tratado com o devido peso pelas diretorias.
Pesquisa do Instituto FSB indica que 60% dos brasileiros que fazem terapia começaram o tratamento durante a pandemia. Entre as principais queixas detectadas pelo levantamento estão: ansiedade (53%), alteração de humor (42%) e insônia (41%), temas que podem ser tratados de maneira preventiva em campanhas realizadas pelo RH e pela Medicina Ocupacional.
Dentro deste escopo, ainda é necessário reservar um tempo para o RH conversar, via chat ou reunião virtual, com os funcionários sobre assuntos fora do escritório, de como a pandemia impactou o colaborador e familiares, percepções da crise e o impacto na vida cotidiana. Também é preciso proporcionar ambientes descontraídos de trabalho, com equipes diversificadas e participativas, bem como a criação áreas próprias para que os colaboradores possam fazer uma pausa para socializar com os colegas.
Como mensurar o desempenho?
As ferramentas de gestão de desempenho ganham nova importância nesses tempos de trabalho híbrido. No entanto, o home office exige novas métricas por meio de plataformas digitais de monitoramento e rastreamento para que os gestores possam detectar estratégias que possam reverter em melhor engajamento e produtividade.
Para isso é importante ter uma mensuração contínua para o levantamento de questões como atrasos na entrega de trabalhos, que podem não significar falta de engajamento, mas talvez uma possível sobrecarga de tarefas.
Os feedbacks precisam também ser cada vez mais frequentes e aos serem feitos em tempo real, em benefício da tecnologia, também pode gerar substratos importantes para decisões do RH.
Fonte: Rh pra Você
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